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"Desde a idade de seis anos eu tinha mania de desenhar a forma dos objetos. Por volta dos cinquenta havia publicado uma infinidade de desenhos, mas tudo que produzi antes dos sessenta não deve ser levado em conta. Aos setenta e três compreendi mais ou menos a estrutura da verdadeira naturaza, as plantas, as árvores, os pássaros, os peixes e os insetos. Em consequência, aos oitenta terei feito ainda mais progresso. Aos noventa penetrarei no mistério das coisas; aos cem, terei decididamente chegado a um grau de maravilhamento - e quando tiver cento e dez anos, para mim , seja um ponto ou uma linha, tudo será vivo." (Katsuhika Hokusai, séc. 18-19)

20.4.08

"O equivalente latino do termo grego techné è ars, que significa, na verdade, "manobra", (Dreh). O diminutivo de ars é articulum -pequena parte-, e indica algo que gira ao redor de algo (como por exemplo a articulação da mão). Ars quer dizer, por tanto, algo como "articulabilidade" ou "agilidade", e artifex ("artista") quer dizer "impostor". O verdadeiro artista é um prestigiador, o que se pode perceber por meio das palavras "artificio", "artificial" e até mesmo "artilharia". Em alemão, um artista é um Konner, ou seja, alguém que conhece algo e é capaz de fazê-lo, pois a palavra "arte" em alemão, Kunst, é um substantivo que deriva do verbo "poder", a palavra "artificial", gekunstelt, provem da mesma raiz. (Vilém Flusser - O mundo codificado)

3.4.08

A pintura corporal é a união das Artes com a anatomia humana, que se unem para expressar a beleza de cada parte do corpo, e transformá-la em um elemento artístico. O Homem sempre pintou seu corpo como um habito cultural que vem de encontro com a estética, religião, ritos, festas e as guerras, os diferenciando entre si e de outras tribos; Os índios brasileiros são um exemplo disto. Para nós “ocidentais”, pintar o corpo é uma expressão de vaidade, sentimentos e desejos primitivos assim como a arte. Na busca de unir novos suportes com diferentes técnicas,surgiu a idéia de fazer gravuras e desenhos sobre a pele. Aqui os elementos da cultura indígena, dão espaço a um novo traço, uma nova linha que carrega com sigo elementos da nossa cultura. O corpo que por si só já é uma obra de arte, aqui aparece como suporte ressaltando e sendo ressaltado pela pintura. O resultado é uma mistura de diferentes técnicas, que se relacionam de forma harmônica construindo um trabalho único, cada técnica ocupa seu espaço sem interferir na outra, elas trabalham em conjunto. O que sería somente uma “performance”, uma pintura de caráter efêmero é então capturado por registros fotográficos, acrescentado uma nova técnica e uma nova forma de ver o trabalho. Com a fotografia conseguimos que estes desenhos e pinturas se perdurem pelo tempo eternizando e recriando tradições.