"Desde a idade de seis anos eu tinha mania de desenhar a forma dos objetos. Por volta dos cinquenta havia publicado uma infinidade de desenhos, mas tudo que produzi antes dos sessenta não deve ser levado em conta. Aos setenta e três compreendi mais ou menos a estrutura da verdadeira naturaza, as plantas, as árvores, os pássaros, os peixes e os insetos. Em consequência, aos oitenta terei feito ainda mais progresso. Aos noventa penetrarei no mistério das coisas; aos cem, terei decididamente chegado a um grau de maravilhamento - e quando tiver cento e dez anos, para mim , seja um ponto ou uma linha, tudo será vivo." (Katsuhika Hokusai, séc. 18-19)
Tantas são as metáforas que se buscam para definir o sistema, essa coisa que exige recursos para garantir sua constante reprodução, usando pessoas de forma insaciável, fria e perene. Uma vitrine onde coisas são colocadas a venda, uma exposição espetacular com um brilho manipulado, plastificado, sintetizado, isolado em meio ao vidro, ao plasma, vendendo um mundo que além de montagem não se estende ao interior da infecção.
É o monstro faminto que devora vidas como matéria prima, acumulando, sobrecarregando, deixando para traz restos humanos e pilhas de lixo. (...)
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